Poema de Cristiane Rodrigues de Souza
preciso que me dê as mãos
porque não posso sustentar tanto céu
com um só golpe
de vista
nem o azul cobalto que se move como água
com pintados arraias
baques de sucuris
e a curiosidade dos botos
preciso que me dê as mãos
porque é muito céu pra tão pouco corpo
e não é possível tanto plano
sob o azul curvo
olho de peixe
das águas que voam
enquanto um beija-flor está preso
na ilusão de nuvens da minha caixa torácica
Segundo Poema de Cristiane Rodrigues de Souza
se sou lira,
o canto
não é vento
nas cordas
movediças
se sou lira,
o canto
é sua falta,
Dionísio,
lua inteira prata
grávida,
dez mil sóis
no corpo