Percival Lelo Gomes – Poesias

Virtudes

São aquelas flores
Que exalam um perfume diferente
E que preenchem o nosso olfato,
Mesmo quando estamos em um viridário.
Virtudes, é algo extraordinário!
É aquela essência que emana
Do fundo da tua essência humana.
Virtudes, são frutos de um espírito em calma.
Virtudes, são as fragrâncias da alma!


Atire pra matar

Da próxima vez que você for atirar,
Atire pra matar!
Atire flores de amor e de caridade
Pra matar a fome daqueles que passam necessidades.
Atire adagas lancinantes, pra cortar pela raiz
As ervas daninhas da intolerância
E os espinhos da ignorância!
Estranhos, não são aqueles comentários
Que vem “de fora” e sim, os sentimentos corrosivos,
Sedentos de sangue que nos destroem por dentro!
Atire palavras ao vento sim.
Mas, não palavrões de raiva e de ofensas
E nem frases de dedo em riste
Apontando nossos erros e problemas.
Atire! Atire!
Até acertar o alvo com balas de um doce poema.
Atire uma vez e se errar, atire de novo.
Um verdadeiro sniper do bem, nunca desiste!
E não se importe com o aquilo que o mundo atira em você.
Atire flores do bem, sempre!
O Espírito Santo em você habita!
Você nasceu com um espírito guerreiro sim,
Mas não com uma alma homicida!
Da próxima vez que você for atirar,
Atire pra matar!


Um real abstrato

O real, é que vivemos um momento
De sentimentos abstratos.
De cobiça disfarçada de filantropia.
De violência travestida de bons tratos.
Nos equilibramos todos os dias
Nos trapézios deste circo
De desequilibrados.

Tá complicado viver assim,
Lendo uma cartilha com mais “nãos” do que “sins”,
Com capítulos de amizades perecíveis
E amores descartáveis.
Será que o mundo anda intolerante com as pessoas
Ou são as pessoas deste mundo
É que estão ficando intoleráveis?


Amor Cifrado

Minha paixão por você aconteceu assim
Na velocidade do som. Suave mas, bem veloz.
No momento em que aos ouvidos chegaram
Os primeiros acordes da tua voz.
Hoje, é possível ler cada nota deste amor
Na partitura dos teus abraços.
Amor cifrado!
Que foi escrito à mão em um papel de pão.
Uma poesia do acaso que ganhou ritmo e compasso.
E agora é tocado e cantado
Em todas as plataformas
E rádios deste universo.
Pode aumentar o volume.
O nosso amor é um sucesso!


Analogia Analítica

Minha fé, não é grande o bastante
A ponto de eu ser ateu.
Não sou cético o suficiente
Para duvidar das coisas
Que vão além do meu “eu”.
Não sou fraco o bastante para acreditar
Que não vou superar os obstáculos do caminho.
Não sou forte o suficiente para crer
Que vencerei esta jornada sozinho.
Não sou grande o suficiente para acreditar
Nas coisas que querem me fazer pequeno.
Não sou pequeno o bastante para me abater
Com palavras e atitudes do mal incessante
Oriundo das almas adversárias,
Que tentam me fazer crer
Que eu não posso ser grande!


Embaraço

Quero te dar um beijo
Enrolado em um abraço.
Como faço,
Sem te criar embaraço?
Já que você tem um anel
Demarcando o teu espaço!

Quero te tocar com a ternura
Daquele amor
Que se canta na literatura.
Como faço, pra quebrar
Esta casca que te envolve,
Já que ela, na tua realidade,
Parece ser tão dura?
Quero apenas te abraçar e te beijar
Sem ferir conceitos, sem preconceitos
E também sem nenhuma censura.
Se eu não puder e se isso for um mal,
Então me diga: Qual é a cura?
Contrastes humanos
Taxonomia desvirtuada
Humanos divididos em raça!
Contaminada massa.
Humanos divididos em classe.
Mas, que falta de classe!
Separaram os grupos da base.
Macularam a aquarela dos sentimentos
Quando condicionaram o amor ao pigmento.
Contrastes de um mundo
Inundo em um preconceito imundo.
Com trastes vestidos à caráter.
Despidos de bom caráter em cargos do alto escalão,
Cujos adjetivos são todos palavras de baixo calão!


Contrastes humanos!

Com trastes humanos dormindo em berço de ouro.
Com trastes humanos dormitando no chão!

Baseado em fatos reais
Ainda ontem… e hoje também
Me lembrei que ainda te amo.
E olha que eu estava “diboa”
Aqui no meu canto,
Dividindo os meus dias entre o riso e o pranto,
Quando o Facebook me veio
Com aquelas notificações
De alguns anos atrás
Com nossas fotos, nossos vídeos,
Nossos momentos e canções.
E no fim das contas eu me dei conta
De que um amor assim
Não se esquece jamais
Porque ele foi inspirado e baseado
Em fatos reais.
E é por isto, meu bem
Que ainda ontem…
E hoje também…


Minha canção

A minha canção é mais
Do que uma simples canção.
Minha canção é única e não provém da música.
Ela provém da palavra resultante da minha fala.
Ela é o encontro da letra com a melodia.
Ela canta o romantismo das noites de lua cheia.
Não é vazia. Minha canção é cheia e bela.
Minha canção é aquarela.
É cérebro. É pulso. É veia.
Minha canção nasce no ventre do encanto.
Germina e ecoa na Terra pelos quatros cantos.
Com ela eu conto contos de amor e alegria.
Esta canção minha anuncia a paz.
Minha canção faz
Brotar carinho no chão árido
Da alma arredia.
Minha canção é um tom
Sintonizado com o coração seu.
Ela é um som que vem
Do fundo do coração meu.
Minha canção é um dom
E uma benção que Deus me deu.
Por isto canto. Por isto vivo.
“Canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.”
Canto porque amo e não sou uma ilha.
Canto, porque já disse Cecília.
Canto por um bom motivo.
Canto porque sou poeta!

Percival Lelo Gomes

 


Alquimias

Deus mistura essências
E vida explode.
Luzes e cores bailam no ar.
Uma flor se reparte em críveis
Belos amanhãs!
Uma pomba branca voa nos céus
Saudando
Alquimia no Criar!
Os homens misturam essências
E à vida explode!
Luzes e cores bailam no ar.
Uma flor se reparte em crimes!
Bélicos amanhãs!
Uma bomba branca voa nos céus
Saudando
Alquimia nuclear!

Percival Lelo Gomes

 


Lado B

Depois de ter beijado a tua boca
O meu lado louca tomou conta de vez
Do meu lado santa!
E o que mais me espanta, é que eu adorei me sentir assim.
Quente e efervescente imaginando você
Queimando dentro de mim!
Você me acende e me inflama!
Me faz ter vontade de tirar todos meus panos.
Me faz ter vontades saciáveis (?) na cama.
Depois de ter apertado seu tórax no meu peito,
Descobri que eu tinha direito
De ter você como meu!
Descobri que não sou insensível
E que te amar é possível.
Descobri
Que meu coração pode ser seu!
E o que mais me espanta
Foi ver meu lado louca tomar conta do meu lado santa!
O teu suor, o teu cheiro me embriaga de desejo
E me complica
Acelera meu pulso e meu coração,
Teu corpo incandescente causa em mim
Uma reação química de puro tesão!
E o que mais me espanta…
Ah! Nada mais me espanta!
Pois, ao beijar sua boca
Descobri que não tenho lado santa.
E que meu lado “B” também é
Igual ao lado “A”
Totalmente “louca”!

Jasmille Mena (meu pseudônimo feminino)

 


No brilho dos olhos ou cegamente

Quero te olhar nos olhos
Profundamente
Para que você sinta na alma
Através dos meus olhos
Tudo o que se passa na minha mente
E assim perceba
Que meu coração não mente.
Mas, se por um acaso
Meu olhar te perturbar
Insistentemente,
Prometo arrancar meus olhos
Imediatamente,
Para poder te amar assim
Cegamente!

Percival Lelo Gomes

 


Leitura em off

Nesse universo de tweets e prints.
De post e repost compartilhados no “Face,”
De fatos e vidas que são puro fake,
De risos volúveis e voláteis
Que se evaporam num “zap”,
Eis que surge na tela da vida
Um novo conceito de mulher
Um novo estilo de menina
Trazendo consigo um espírito limpo,
E uma alma lavada
Apesar de todas as poeiras das estradas…
Que só quer viver intensamente
Os prazeres que sente o seu corpo quente,
Sem desculpas e sem culpa de nada.
Uma beleza sem par! Genuína!
Não há com o quê comparar!
Ela é ímpar!
É chamada de frágil sexo.
Que coisa mais sem nexo!
Sua alma, é uma fortaleza absurda.
Jamais foge à luta!
Seus dons, seus tons e seus dotes
Nunca foram postados antes
Nestas fúteis “time line”
Mesmo assim, ela tem muitos likes
E muitos fãs no seu canal.
Como sua página, não há nada igual!
Prefiro estar em seus braços do que estar on line.
Porque seu corpo é um poema
Cujo tema, versos, rimas e estrofe
É mais prazeroso quando se lê em off!

Percival Lelo Gomes

 


Instantes

Quando me perco por um instante
No brilho do teu olhar constante,
O pouco que tenho torna-se muito!
E este muito, já me é o bastante.
Mas, se me perco
E você não me acha
Neste exato instante,
O muito que tenho
Torna-se pouco!
E nada mais me satisfaz.
O Mundo não me basta como antes.
Então, me desalento em “ais”…
E o tudo que eu tinha a poucos instantes,
Torna-se pouco demais!

Percival Lelo Gomes